domingo, 30 de agosto de 2009

O barbeiro de Urinópolis



O Peideiedeium do prefeito de Urinópolis – cidadão egrégio de algum manicômio medieval foucaultiano - parece que vai agradar gregos, gringos, empresários da construção civil e troianos com exceção da população sadomasoquista do lugar – o único caso que eu conheço em que um político conseguiu se reeleger mesmo com altíssimos índices de rejeição. O Lunático correligionário do Ministro Jadeu (que já deu uma rasteira no trôpego mandatário do Estado) está iniciando o processo de privatização da Cidade Baixa –no caso, a orla marítima que vai do Humaitá até São Joaquim – sob a alegação de melhorias no espaço urbano: construções de calçadões, parques, praças, limpeza de praias. Na verdade, todos nós sabemos quem vai usufruir deste projeto: a especulação imobiliária que vem dando uma ofensiva na Vila Mijo tentando transformá-la num aprazível balneário de Classe Média. O problema é que tradicionalmente esses planos de urbanização implementados nesta cidade não estão interessados em proporcionar melhorias para a sua população não abastada, uma vez que esta em sua maioria não se hospeda em Hotéis, nem torra a grana em Shopping Centers, muito menos tem aporte financeiro para residir em Flats, Resorts e grandes condomínios, principais atrações que ocuparão o lugar dos antigos moradores – o que será o caso quando da desapropriação daquela área da Cidade Baixa. O prefeito João Gardenal nem se preocupa em lucrar politicamente com o fato – pelo jeito ele espera obter outro tipo de lucro - tal a banalização como vem lidando com o tema. Nem mesmo promete indenizações atraentes – medida que, por sinal, já seria por si só simbolicamente insuficiente. O aloprado apenas aponta a possibilidade de relocá-las para outra área da cidade – provavelmente um novo bairro tipo Boca da Mata XX, totalmente identificado com a história de vida e interesses diversos deste contingente populacional.


Ademais o fedor deste Peideiedeium do Henrico ironicamente parece que está fazendo vítimas nessa mesma Classe Média, mais precisamente na região da Avenida Paralela. Uma praga de barbeiros tem assustado os moradores dos condomínios de luxo que se instalaram após o desmatamento do residual de Mata Atlântica na cidade para a própria construção destas modestas habitações. Parece que os besourinhos que transmitem a incurável doença de chagas estão cagando na cara dos barões para nos lembrar da selvageria que é esse processo de “desenvolvimento” urbano do nosso pinicão.

Fico imaginando essa Vila daqui a trinta anos: uma estufa com temperatura mínima de 30 graus no inverno gradeada de espigões em sua orla, sem vegetação e com o SUS em colapso devido às altas taxas de doenças cardíacas – seja devido à raiva ou ao tripanozoma cruzi -, intoxicação por uréia e crises epilépticas após oito anos de certa gestão João Henrique Roubadas Carneiro.

Nota: Veja o que aqueles que engordarão o bolso com esse Peideiedeium têm a dizer:

http://www.youtube.com/watch?v=AtMPYhbFtls


A baianidade

Esse mal que nos acomete; esse jeito fuleiro de ser; esse berimbau que desafina.