Olhando atentamente a crítica de cultura na imprensa de Urinópolis é possível obter algumas conclusões: uma delas é a de que a dita crítica é permeada pelo pensamento de que “fulano é amigo de beltrano e não vai ficar bem falar a verdade sobre este, pois o mesmo pode me prestar algum dia um favor”, ou seja, fala mais alto a lógica do “beija mão” ou “lambe o saco” e das relações de agrado e bajulação típicas da terra (ou da senzala) do bolinho de feijão frito no azeite passado. Alguns teóricos chamariam essa prática de “a essência da baianidade”, nós chamaríamos de descaração (ou república da jabaculância).
Outra conclusão que pode ser tirada desse olhar detido é a de que essas críticas são mediadas pelo complexo de cachorro-vira-lata dos artistas(sic) locais, visto que não se pode ter uma opinião negativa dos produtos da terra que são feitos com muita dificuldade, poucos recursos e percurso atribulado – vide os filmes de alguns cineastas(?) e o roquinho baiano( esse heroísmo sempre deve ser abençoado mesmo que seu resultado na maioria das vezes seja bem chinfrim) ; ou mesmo pelo bairrismo (ou seria burrismo?) deslavado em relação aos nomes que elevam a Bahia ao patamar de celebridades nacionais – como o pessoal da gangue do aché (recusamo-nos a grafar a palavra corretamente em respeito ao seu significado) que trucidou nossa inteligência e bom gosto, nos atormentando há quase trinta anos com suas músicas (ou seriam arrotos?).
O “produto crítico” mais evidente disso resulta em análises (sic) negociadas em benefícios dos envolvidos: jornalistas de ocasião (ou seriam chapas brancas?) e artistas(?). Negocia-se avaliações fundamentadas – suspeitamos que até mesmo os arautos e omissos representantes do jornalismo cultural de longa data não sejam capazes de beliscar o bom gosto estético, teórico e analítico – por abarás ou acarajés nas quituteiras mais famosas da cidade. Obviamente que além dessas lógicas, práticas e pensamentos em que a crítica urinopolitana está submetida há o jabá – carne seca meu pirão primeiro –, e o jogo de interesses de produtores, gravadoras, empresários dos meios de comunicação e afins.
O mais recente evento ou factóide desse informe e infame universo midiático envolve um rechonchudo “jornalista”e um “famoso” cantor de pagode cujo deslace foi o convite medievo a fim de duelarem para verificar quem era mais "hômi”ou mais besta. A tudo isso, aliam-se ainda a péssima formação intelectual dos profissionais que chamaríamos de semi-alfabetizados – vocês já devem ter assistido às intervenções constrangedoras dos debilóides de certo programa nativo que passa no canal hegemônico nas noites de domingo – e o pertencimento desses às panelinhas (cada setor artístico tem a sua). Peixes de aquário comem limbo. Para nossa desgraça, aqui parece que eles comem, além disso, acarajé, bolinho de estudante e ...outras coisinhas impublicáveis.
esse blog tem que ser divulgado!
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